quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

O Futuro é uma Astronave que Tentamos Pilotar


Aquarela

Chimarruts

Composição: Vinícius de Moraes / Toquinho
Numa folha qualquer eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas é fácil fazer um castelo. Corro o lápis em torno da mão e me dou uma luva, E se faço chover, com dois riscos tenho um guarda-chuva.



Se um pinguinho de tinta cai num pedacinho azul do papel, Num instante imagino uma linda gaivota a voar no céu. Vai voando, contornando a imensa curva Norte e Sul, Vou com ela, viajando, Hawai, Pequim ou Istambul. 


Pinto um barco a vela branco, navegando, é tanto céu e mar num beijo azul. Entre as nuvens vem surgindo um lindo avião rosa e grená. Tudo em volta colorindo, com suas luzes a piscar. Basta imaginar e ele está partindo, sereno e lindo, E se a gente quiser ele vai pousar.
Numa folha qualquer eu desenho um navio de partida, Com alguns bons amigos bebendo de bem com a vida. De uma América a outra consigo passar num segundo, Giro um simples compasso e um círculo eu faço no mundo.
Um menino caminha e caminhando chega no muro. E ali logo em frente, a esperar pela gente, o futuro está. E o futuro é uma astronave que tentamos pilotar, Não tem tempo nem piedade, nem tem hora de chegar. Sem pedir licença muda nossa vida, depois convida a rir ou chorar. Nessa estrada não nos cabe conhecer ou ver o que virá.  
O fim dela ninguém sabe bem ao certo onde vai dar. Vamos todos numa linda passarela. De uma aquarela que um dia, enfim, descolorirá.